O Câncer de Pulmão ou Carcinoma Brônquico refere-se a um tipo maligno de tumor caracterizado pela transformação epitelial de células nas vias aéreas traqueobrônquicas, em resposta a estímulos cancerígenos, proliferando de modo anormal e invasivo. O câncer de pulmão corresponde ao mais comum de todos os tumores malignos, sendo responsável no Brasil, em 2009, por 13.293 mortes em homens, e 7.776 em mulheres. Para 2012, o INCA estima que 18 novos casos a cada 100 mil homens e 10 a cada 100 mil mulheres.
Como fatores de risco ao Câncer de Pulmão, tem-se agentes químicos ambientais e ocupacionais (como amianto, asbesto, níquel, entre outros), predisposição genética, repetidas infecções pulmonares, tuberculose, deficiência ou excesso de vitamina A, tabagismo passivo, e principalmente o tabaco. Na maioria das populações, os casos de câncer do pulmão tabaco-relacionados representam de 80% até 90% dos casos desse câncer, pois a fumaça do cigarro tem mais de 40 agentes carcinogênicos.
O carcinoma brônquico é dividido em dois grupos: Carcinoma de pulmão de pequenas células (CPPC), e Carcinoma de pulmão de não pequenas células (CPNPC). O primeiro corresponde a cerca de 20% dos casos, geralmente se apresenta como tumor de localização central, dissemina-se precocemente, sendo muito agressivo. O segundo corresponde a 75% dos casos, e subdividi-se em 3 subgrupos: Adenocarcinoma (50% dos casos, sendo comum em mulheres e não-fumantes, e tem localização periférica acarretando risco de invasão pleural e da parede torácica), Epidermóide (30% dos casos, com origem central podendo estender-se até parênquima e linfonodos), e de Grande Células (periférico, de metástase precoce, e morfologia celular característica).
O câncer de pulmão pode ser assintomático. Porém quando sintomático, representa mau prognóstico, e destacam-se os seguintes sinais e sintomas: tosse com secreção, hemoptise, sibilo localizado, dispnéia, atelectasia, rouquidão, dor torácica, derrame pleural, pneumotórax, dores, parestesias, hipotrofias – variando de acordo com o grau e área de acometimento.O diagnóstico ocorre por meio de radiografias de tórax, TC, RNM, citologia do escarro, broncofibroscopia, biópsia por agulha transcutânea, mediastinoscópio, biópsia a céu aberto, e toracocentese. Tal câncer geralmente gera metástase em fígado, coração, glândulas supra-renais, ossos, e SNC, podendo ocasionar os sinais e sintomas já descritos, bem como: paralisia diafragmática, Síndrome de Pancoast, Síndrome da Veia Cava Superior, entre outros.
A prevenção do Câncer de Pulmão consiste em evitar ou interromper o tabagismo, e boa ingesta de vegetais e frutas, principalmente porque esses alimentos contêm carotenóides que possuem propriedades antioxidantes. O prognóstico da doença não é bom, pois a proporção dos pacientes que morrem da doença é maior que 90%. E em pacientes sintomáticos, 25% tem sobrevida de de 5 anos, e 56% para os assintomáticos.
A FISIOTERAPIA tem essencial atuação no paciente com Câncer de Pulmão. A avaliação consiste em: anamnese, exame físico (inspeção, palpação, cirtometria, força muscular global, encurtamentos musculares, ausculta pulmonar, efetividade de tosse, escarro), avaliação funcional, exames complementares. Frente a isso, os objetivos do tratamento são: manter vias aéreas pérvias e livres de atelectasias, otimizar ventilação pulmonar, evitar imobilismo no leito, e manter amplitude articular. E quanto as condutas, destacam-se: Manobras de Higiene Brônquica (vibrocompressão, drenagem postural, huffing , tosse assistida, flutter), Manobras de Reexpansão pulmonar, Incremento a ventilação pulmonar (padrões ventilatórios e incentivadores respiratórios), Treino de extremidades inferiores e superiores, e Elevação e Posicionamento no leito.