Cuidados Paliativos
por meio de identificação precoce, avaliação correta e tratamento de dor e outros problemas físicos, psicossociais e espirituais”. A Fisioterapia nos Cuidados Paliativos tem como objetivos principais a melhora da Qualidade de Vida, reduzindo os sintomas da doença terminal, e procurando promover ao paciente conforto e independência funcional, desta forma a Fisioterapia contribui efetivamente na retomada das atividades de vida diária destes pacientes, direcionando-os a novos objetivos.
Os Cuidados Paliativos são direcionados para aqueles pacientes fora de possibilidades terapêuticas, o tratamento é diretamente relacionado à promoção e manutenção da qualidade de vida, englobando assim as necessidades físicas, psicológicas, sociais e espirituais de cada indivíduo. A Organização Mundial de Saúde (OMS) define Cuidados Paliativos como “medidas que aumentam a qualidade de vida de pacientes e seus familiares que enfrentam uma doença terminal, através da prevenção e alívio do sofrimento
◼︎ PRINCIPAIS COMPLICAÇÕES
◉ SUGESTÕES DE TRATAMENTO
No gráfico abaixo é possível visualizar as sugestões de tratamento fisioterápico para cada uma das principais complicações.
Clique na complicação abaixo (cor escura) para ver mais informações e detalhes dos tratamentos.
Acupuntura
A dor relacionada ao câncer é complexa e multidimensional, e envolve consequências biológicas e psicossociais. A OMS (Organização Mundial de Saúde) estima que 4 milhões de pessoas sofram de dor oncológica em todo o mundo. A Dor é o fator mais determinante de sofrimento relacionado à doença, mesmo quando comparado à expectativa de morte. O paciente oncológico pode apresentar dor por diferentes fatores como a progressão da doença, acometimento tumoral direto em ossos, nervos, vísceras, tecidos moles, alterações na estrutura óssea em decorrência do tumor, espasmo muscular, dor relacionada ao tratamento e dor pós operatória.
O alívio da dor tem um papel de destaque nos Cuidados Paliativos, buscando acima de tudo o bem estar e o conforto do paciente. Os sintomas álgicos somados às incapacidades relacionadas à neoplasia e seu tratamento podem causar grande prejuízo funcional, como confinamento ao leito, anorexia, perda do convívio social, redução das atividades profissionais e de lazer.
A Fisioterapia tem um importante papel no controle da dor oncológica, buscando técnicas e recursos que possibilitem o alívio e o conforto do paciente.
DOR ◼︎
TRATAMENTOS ◉ DOR
Eletroestimulação
Na literatura, observa-se que o uso da Eletroestimulação Nervosa Transcutânea (TENS) é favorável para o alívio da dor. O Termo TENS designa uma corrente analgésica bifásica, assimétrica, despolarizada e que pode ser usada em diferentes frequências. Tem sido amplamente utilizada no manejo de dores agudas e/ou crônicas. Trata-se de uma técnica não-invasiva feita por meio de eletrodos que são colocados nos pontos de dor, promovendo uma estimulação suave e segura e levando a um bloqueio da mensagem dolorosa desta área ao sistema nervoso central. Na prática clínica, com o uso do TENS, observa-se um alívio da dor por um período de aproximadamente 6 horas. O Instituto Nacional de Câncer coloca que 70% dos pacientes com dor crônica respondem positivamente ao uso do TENS.
Termoterapia
A aplicação do calor ou frio, ou ainda a combinação de ambos, podem ser utilizadas com bons resultados no alívio da dor. A Crioterapia tem sua eficácia comprovada no alívio dos quadros de dor, além de ser um recurso de baixo custo e fácil aplicação. Em oncologia a aplicação da Crioterapia pode ser benéfica no alívio das dores músculo-esqueléticas. O uso do calor é controverso em pacientes oncológicos, no entanto, o calor superficial pode proporcionar um alívio dos espasmos musculares, mas deve ser usado cautelosamente e evitado no local do tumor. O calor profundo como o ultrassom, ondas curtas e micro ondas é contra-indicado.
Terapia Manual
A Terapia Manual pode ser utilizada como auxiliar no alívio da dor, por diminuir a tensão muscular, além de promover uma melhor circulação tecidual e diminuindo a ansiedade do paciente aumentando o relaxamento físico e mental.
Cinesioterapia
A cinesioterapia emprega exercícios passivos, ativo-assistidos ou ativos-livres e alongamentos a fim de prevenir ou minimizar os efeitos da imobilidade e promover uma maior independência funcional. Os programas de atividade física têm como objetivo desenvolver a força e o trofismo muscular, o senso de propriocepção do Movimento, resgatar a amplitude do movimento articular e prevenir a imobilidade no leito.
A dispneia “falta de ar” é uma condição vivenciada pela maioria dos pacientes diagnosticados com câncer de pulmão, principalmente naqueles em que o câncer encontra-se avançado. O paciente com dispneia apresentará uma respiração desconfortável com uma falta de ar leve, moderada ou intensa. Nos pacientes com câncer, a dispneia pode ser provocada pelo próprio tumor que pode estar causando alguma obstrução. A ansiedade dos pacientes também pode provocar a dispneia. Outras causas incluem: broncoespasmo, hipoxemia, derrame pleural, pneumonias, anemias, estresse e processos inflamatórios.
DISPNEIA ◼︎
TRATAMENTOS ◉ DISPNÉIA
Exercícios Respiratórios
Exercícios de controle da respiração auxiliam o paciente no momento da crise de dispneia, principalmente aliviando a ansiedade. É importante orientar quanto ao gasto energético, para que se diminua a demanda metabólica. Técnicas de relaxamento são benéficas no controle da ansiedade e dos aspectos emocionais relacionados à dispneia. Alongamentos da musculatura respiratória aliviam a tensão muscular ocasionada pelo desconforto respiratório.
Oxigenoterapia
Quando ocorre a queda da saturação para menos de 85% em ar ambiente, durante o repouso, a oxigenioterapia é indicada, podendo se valer de recursos como ventilação não-invasiva por pressão positiva intermitente (VNPPI), CPAP (pressão positiva contínua) ou BiPAP (pressão positiva com níveis alternados).
NÁUSEAS E VÔMITOS ◼︎
Estes efeitos colaterais são muito frequentes, principalmente nos pacientes que se encontram na fase da quimioterapia. Apesar dos avanços farmacológicos no controle das náuseas e vômitos, estes sintomas ainda interferem na qualidade de vida do paciente em tratamento.
TRATAMENTOS ◉ NÁUSEAS E VÔMITOS
Acupuntura
A acupuntura tem o objetivo de aliviar sintomas em diferentes situações com a utilização de agulhas e/ou outras formas como pressão, calor e o TENS. Em pacientes que apresentam náuseas e vômitos, esta técnica pode ser utilizada no sexto ponto do Meridiano do Pericárdio: PC-6. Este ponto localiza-se no antebraço, mais precisamente entre o tendão do músculo palmar longo e flexor radial do carpo, próximo a dobra flexora do punho. Autores descreveram a estimulação do PC6 por eletroacupuntura, no braço dominante, com frequência de 10Hz e intensidade variando em cada paciente, com duração de 5 minutos, antes da infusão da quimioterapia. A maioria dos paciente estudados referiram uma ausência das náuseas e vômitos por até 24h.
A fadiga caracteriza-se como um fenômeno multidimensional, e pode acarretar em diminuição da energia, da capacidade mental e da condição psicológica do indivíduo. Na fadiga há uma percepção subjetiva de cansaço, alterações no tecido neuromuscular e dos processos metabólicos, diminuição da performance física e motivação. Alguns fatores contribuem para o aparecimento da fadiga, como o próprio câncer e seu tratamento, anemia, fatores cognitivos, distúrbios no sono e inatividade, medicamentos e depressão. A fadiga interfere nas atividades do dia a dia do paciente tais como: tomar banho, vestir-se, trabalhar, concentração, humor entre outros. O tratamento da fadiga deve incluir o manejo dos sintomas bem como a prevenção, buscando um equilíbrio entre descanso e atividade.
FADIGA ◼︎
TRATAMENTOS ◉ FADIGA
Terapia Manual
A Terapia Manual pode ser utilizada como auxiliar no alívio dos sintomas, por diminuir a tensão muscular, além de promover uma melhor circulação tecidual e diminuindo a ansiedade do paciente aumentando o relaxamento físico e mental.
Cinesioterapia
A cinesioterapia emprega exercícios passivos, ativo-assistidos ou ativos-livres e alongamentos a fim de prevenir ou minimizar os efeitos da imobilidade e promover uma maior independência funcional e reduzir a fadiga. Estudos demonstram bons resultados no controle da fadiga quando se realizam exercícios aeróbicos. Os programas de atividade física têm como objetivo desenvolver a força e o trofismo muscular, o senso de propriocepção do Movimento, resgatar a amplitude do movimento articular e devem ser supervisionados por profissional habilitado, sempre respeitando as condições atuais do paciente.